Pinus Elliottii
Existem duas variedades de Pinus elliottii: a var. elliottii, que é típica e ocorre no sul dos Estados Unidos, onde é amplamente plantada para a produção de madeira destinada ao processamento mecânico, bem como para a produção de celulose, papel e extração de resina; e a var. densa. Esta variedade ocorre em área com temperaturas mais elevadas, em baixa altitude, restrita ao extremo sul do estado da Flórida, onde ocorrem chuvas estacionais, predominantemente no verão, com pequena deficiência hídrica no inverno e na primavera. Em comparação com a variedade típica, a variedade densa caracteriza-se pelo crescimento mais lento, acículas mais longas e densas, ramos mais grossos, madeira mais dura e densa (0,89 g/cm-3), casca mais grossa e cones menores. Além disso, esta variedade apresenta estágio de grama em sua fase de mudas, com raiz pivotante vigorosa e as árvores adultas com copa irregular. Devido à baixa produtividade de madeira, esta variedade não despertou interesse para plantios comerciais.
No Brasil, a var. elliottii dessa espécie é a mais plantada nas regiões Sul e Sudeste. Porém, em menor escala do que P. taeda, visto que sua madeira não é usada pelas indústrias de celulose e papel, e sim na produção de madeira para processamento mecânico e na extração de resina. Em comparação com P. taeda, P. elliottii apresenta as seguintes características marcantes:
exsudação de resina mais abundante pelos cortes e ferimentos na madeira, ramos e acículas;
acículas mais densas, longas e de coloração mais escura;
cones pedunculados com escama sem espinho.
A produção brasileira de resina de P. elliottii, em grande parte, teve início no final dos anos 1970, tornando-se o maior produtor na América do Sul. Atualmente, o Brasil é o segundo país exportador de goma-resina, com uma produção em torno de 106.366 toneladas por ano. A produção anual média varia em torno de 2,0 kg em árvores sem melhoramento genético. Genótipos geneticamente melhorados mediante seleção de matrizes mais produtivas, a produção anual pode passar de 10,0 kg por árvore. Esta variedade cresce mais do que P. taeda em regiões de baixa altitude, como na planície costeira de toda a região Sul, desenvolvendo-se bem, mesmo em solos com lençol freático próximo à superfície.
P. elliottii var. elliottii ocorre naturalmente no Sul e Sudeste dos Estados Unidos, desde a planície costeira do sul da Carolina do Sul (33° 30´ N) até a região central da Flórida e, para oeste, até a Louisiana. O clima predominante na região de ocorrência natural caracteriza-se pelos verões chuvosos, com precipitação pluviométrica média anual em torno de 1.270 mm e temperatura média anual de 17 °C, ocorrendo, esporadicamente, temperaturas extremas de 18 °C até 41 °C. No Brasil, esta variedade requer clima fresco com inverno frio e disponibilidade de umidade constante durante o ano.
Ela é indicada para plantio em toda a região Sul e Sudeste do Brasil. No entanto, a atividade de extração de resina deverá ser restrita às regiões com períodos mais prolongados de temperaturas altas do que no planalto sul, para se obter maior rendimento. Por exemplo, nas planícies costeiras e nas áreas de transição para a região tropical (região de cerrado nos estados do Paraná, São Paulo e Minas Gerais). A região mais apropriada ao seu maior crescimento e produtividade de madeira avança até os Cerrados no sul do Estado de São Paulo, onde as altas temperaturas e a ocorrência de deficiência hídrica, em parte do ano, limitam o desenvolvimento de espécies como P. taeda.
De maneira geral, P. elliottii apresenta um incremento volumétrico menor do que P. taeda. Mas, a sua produção de madeira adulta inicia-se mais cedo, a partir dos sete a oito anos de idade, ao contrário de P. taeda, que começa com 12 a 15 anos. Esta característica apresenta um diferencial importante para a produção de madeira, destinada ao processamento mecânico, visto que a madeira de P. elliottii apresenta melhor qualidade física e mecânica do que a de P. taeda.
Pinus Taeda
Pinus taeda é a mais importante dentre as espécies de pínus plantadas, comercialmente, no Sul e Sudeste dos Estados Unidos. Ela ocorre desde Delaware, no nordeste, até o Texas, no oeste e, ao sul, até a região central da Flórida. Essa área abrange ecossistemas desde a planície costeira Atlântica até os Montes Apalaches e, ao oeste, estende-se até o oeste do Rio Mississippi. A cobertura florestal com esta espécie, nos Estados Unidos, é estimada em 11,7 milhões de hectares.
No Brasil, P. taeda é a espécie mais plantada entre os pínus, abrangendo aproximadamente um milhão de hectares, no planalto da região Sul do Brasil, para a produção de celulose, papel, madeira serrada, chapas e madeira reconstituída. Esta espécie é plantada também em outros países para a produção de madeira destinada ao processamento industrial. Os plantios iniciais, feitos com sementes sem controle de qualidade (normalmente coletadas de povoamentos de baixa qualidade nas origens) resultavam em povoamentos com má qualidade de fuste e ramos, apesar do vigor e da alta produção de biomassa lenhosa. Atualmente, estão disponíveis no mercado sementes geneticamente melhoradas que permitem a formação de povoamentos comerciais de maior produtividade e melhor qualidade da madeira.
P. taeda coloniza facilmente áreas abertas, o que o caracteriza como uma espécie invasora. Esta característica predomina somente em situações onde há grande produção de sementes, ausência de predadores naturais de sementes e, principalmente, quando há luminosidade suficiente para o estabelecimento das plântulas e contato das sementes com o solo. Na ausência destas condições, essa espécie não consegue se estabelecer por ser dominada pelas espécies folhosas.
Em toda a região de ocorrência natural de P. taeda, o clima é úmido, temperado-ameno, com verões quentes e longos. A precipitação pluviométrica média anual varia de 1.020 mm a 1.520 mm e o período livre de geadas varia de cinco meses na parte norte até dez meses, na parte costeira sul. As temperaturas médias anuais variam de 13 °C a 24 °C, podendo chegar à mínima extrema de -23 °C. No Brasil, esta espécie se desenvolve bem nas regiões com clima fresco e inverno frio, com disponibilidade constante de umidade durante o ano. Esta condição é encontrada em todo o planalto das regiões Sul e Sudeste.
Pinus taeda pode ser plantado no planalto das regiões Sul e Sudeste, em solo bem drenado, onde não haja deficiência hídrica. Isto inclui as partes serranas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, bem como o sul dos estados de São Paulo e Minas Gerais. Com base nos testes de procedências, em várias regiões do Brasil, confirmou-se que as procedências da planície costeira da Carolina do Sul são mais produtivas e com melhor qualidade de fuste nas regiões Sul e Sudeste do País. Na serra gaúcha e no planalto catarinense, onde ocorrem invernos rigorosos, as procedências da Carolina do Norte tendem a ser mais produtivas.